O processo de inovação em um negócio não depende
necessariamente de um investimento financeiro. O empreendedor precisa ter a
capacidade de aceitar mudança e acreditar que o seu negócio irá se desenvolver.
Neste momento de extrema dificuldade, em que as empresas
nacionais enfrentam uma demanda retraída, uma carga tributária elevada e a
concorrência dos produtos importados, as pequenas empresas que, para
sobreviver, estão reduzindo os seus custos no processo produtivo e inovando
para se tornarem mais competitivas no mercado. Contudo, esse processo não é
barato, investir em novas tecnologias para se diferenciar no mercado significa
aumentar os custos. Nesse cenário, o que essas empresas podem fazer para se
manterem vivas nos próximos anos?
Liderança inspiradora: como inovar na gestão de pessoas?
De acordo com os especialistas do setor, considerando a
realidade do mercado brasileiro, no qual os encargos tributários e trabalhistas
são bem mais altos que aqueles praticados nos países que fazem parte do BRICs,
por exemplo, China, a inovação é o único caminho para a sobrevivência dos
negócios de pequeno e médio porte. Nesse contexto, é importante ressaltar que
inovar não significa, necessariamente, ter altos custos e desenvolvimento
tecnológico.
A criatividade é uma ferramenta fundamental para obter
ganhos consideráveis no processo de inovação e, consequentemente, se
diferenciar no mercado competitivo. Para que isso possa acontecer, as ideias
criativas devem estar em linha com a realidade do negócio a ser inovado
utilizando, assim, simples mudanças com baixo custo, de maneira que possa
atrair ou seduzir o seu consumidor.
A principal questão é: Como um pequeno empreendedor poderia
melhorar o seu modelo de negócio? Primeiramente diagnosticar se a empresa é
receptível para mudanças. Depois, analisar algumas características do mercado
relativo ao seu negócio. Por exemplo, numa sorveteria, o dono deverá realizar
um levantamento dos concorrentes que atuam na sua região para saber os tipos e
sabores de sorvetes são vendidos, os preços , se há entrega a domicilio, a
forma de marketing, entre outras ações.
O empreendedor também deve pensar como se diferenciar nessa
atividade, estando atento aos acontecimentos no mundo, em relação à sua
atividade. Isso irá proporcionar mudanças simples tanto no seu processo de
fabricação e no produto, quanto na administração do negócio. Assim, o
empreendedor criará soluções que irão agregar na qualidade do seu produto ou
serviço, diferenciando-se no mercado, por exemplo, uma nova forma de servir o
sorvete, um novo desenho do formato do copo de sorvete, meios de se comunicar
com o seu cliente para melhorar a qualidade do seu produto ou serviço, formas
de atrair o seu cliente como o “programa de milhagens” usado em companhias
aéreas, sabores diferenciados. Essas soluções não exigem vultosos
investimentos.
Parece simples, mas mudar a cultura do negócio e conseguir
transformar as ideias em soluções práticas não é tão fácil assim e nem sempre o
retorno é imediato. Por isso que o empreendedor deve possuir algumas
características como, resiliência, persistência e tenacidade capazes de fazê-lo
acreditar em suas ideias. O empreendedor deve ser persistente e continuar
insistindo nas soluções que ele acredita para serem aplicadas em seu negócio,
pois quando menos espera essas inovações irão trazer o retorno esperado.
A motivação das pessoas que trabalham com o empreendedor é
outro fator importante para inovar. Deve-se valorizar as iniciativas e
reconhecer o que os colaboradores podem oferecer como ideias e sugestões. Além
disso, valorizar os colaboradores, como por exemplo, dar uma participação no
negócio. Essas medidas podem ajudar a
aumentar o fluxo de inovação, bem como o faturamento do negócio, sem aumentar
os custos.
Por fim, não menos importante, a questão da propriedade
intelectual, que é a maneira de assegurar que as inovações no negócio do
empreendedor possam gerar valor agregado. Nesse sentido, toda e qualquer
inovação relacionada com o produto ou serviço deve se avaliar a possibilidade
de proteção por meio do direito de patente, registro de desenho industrial,
registro de marcas, registro de software, registro de nome de domínio, segredo
de negócio, entre outros.
É claro que assegurar um direito de exclusividade para toda
inovação é custoso e poderá onerar o custo fixo do negócio. Sem contar com a
lentidão da estrutura do INPI para a concessão de certos direitos de
propriedade intelectual, como por exemplo, o tempo de tramitação de um pedido
de patente que pode chegar a 12 anos, dependendo da tecnologia inventada.
Por outro lado, temos certas proteções que não incorrem
altos custos e nem num longo tempo para obter o respectivo direito, como é o
caso da marca, do desenho industrial e do registro de software. Assim, voltando
ao exemplo da sorveteria, o registro da sua marca, a proteção do formato do copo
de sorvete pelo registro de desenho industrial, bem como o software
desenvolvido para se interagir com o seu cliente para melhorar a qualidade do
seu produto ou serviço, são alguns exemplos de proteção efetiva e que irão
contribuir para a sustentabilidade do processo de inovação do negócio.
O processo de inovação em um negócio não depende
necessariamente de um investimento em recursos financeiros, mas,
principalmente, a capacidade de aceitar mudança no negócio, com ideias
criativas e acreditar que o seu negócio irá se desenvolver para se tornar um
referencial no mercado.
Fonte: https://endeavor.org.br/
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