Ainda que bastante tradicional, o marketing direto é uma das
mais eficazes formas de se fazer marketing.
Patrícia tem uma pet shop. Ela gostaria muito de expandir a
clientela, mas o orçamento está apertado. Como ela não conhece nenhuma revista,
rádio, jornal ou programa de TV específico para o público de sua empresa, ela
não gostaria de fazer um anúncio em um veículo de grande circulação, pelas
chances de não atingir a quantidade de potenciais clientes necessária para que
seu investimento valha a pena. Em vez disso, Patrícia iniciou uma campanha de
marketing direto.
O que Patricia poderia fazer? Uma tática seria formar uma
parceria com um abrigo de animais e enviar um cupom de desconto, válido para
aquele mês, a todos que adotaram cães e gatos nos últimos anos. Assim, ela
teria 1) encontrado seu público-alvo, aquelas pessoas que têm real interesse em
seus produtos e serviços; 2) dialogado diretamente com elas, chegando em sua
casa com um benefício; e 3) estabelecido um prazo para convertê-las em
clientes: um mês de desconto, ou o cupom expira. Dessa forma, ela pode
facilmente medir o impacto da ação de marketing direto e, fazendo um bom
trabalho, fidelizar seus novos clientes.
O exemplo da Patricia nos mostra como não é preciso
dispender tanto dinheiro ou esforço para chegar a quem importa. O marketing
direto abrange todas as ferramentas que atingem diretamente o consumidor, sem
intermediários, e buscam criar ou manter um diálogo com ele. São elas, entre
outras: a mala direta, o e-mail marketing, o telemarketing, os brindes e os
folhetos.
Chegando ao público certo
O marketing direto é a melhor disciplina quando o assunto é
atingir um público-alvo específico. A forma de selecionar o público, claro, vai
depender da estratégia do negócio.
Um restaurante (que não seja parte de uma franquia) pode
usar como principal critério o endereço. Quer atingir clientes de bairros
próximos e/ou do perfil econômico certo, mas sua atividade é essencialmente
local. Já uma marca maior, ou que venda produtos que possam ser entregues por
correio, pode pensar em outros critérios: sexo, idade, estado civil,
escolaridade, comportamentos e muitos outros. A empresa pode:
a) usar o cadastro de clientes ou leads que ela já tem;
b) obter informações de contato em um congresso, evento,
barraca de brindes, ou no próprio site; ou ainda
c) selecionar o público-alvo com base em informações de
perfis numa rede social.
É importante ressaltar que o marketing direto não é
utilizado apenas para conquistar consumidores novos, mas para fidelização de
clientes. Quando uma editora de revistas te manda um carta sugerindo que você
renove a assinatura, isso também é marketing direto.
Mantendo a conversa com clientes
De fato, as melhores empresas usam ferramentas de marketing
direto para construir relacionamentos duradouros com seu público-alvo. Para
isso elas aprendem a personalizar suas mensagens e seu tratamento.
Imagine, por exemplo, oferecer acesso a um produto novo
primeiro aos seus melhores clientes, ou aos mais antigos, ou aos que pagam um
pouco a mais para serem “VIPs”. Táticas assim têm a fidelização de clientes ao
mesmo tempo como meio e como fim. Para mantê-los fiéis, os clientes mais
assíduos têm acesso a brindes ou vantagens exclusivas, benefícios esses que
acabam se tornando motivo para mais clientes se tornarem assíduos. Clubes de
vantagens, promoções exclusivas, e até o privilégio de estar entre os primeiros
a saber contam como marketing direto.
Batendo na porta antes de entrar
O marketing direto tem sofrido algumas mudanças importantes
nos últimos anos por causa do crescimento do poder dos consumidores. Hoje em
dia, nosso controle sobre quais anúncios vamos ver é muito grande: podemos ver
TV a cabo, serviços de streaming como o Netflix, bloquear anúncios na internet,
temos poderosos filtros anti-spam no e-mail, etc.
Por isso, tem ganhado força o conceito de “marketing de
permissão”. Embora o termo tenha sido cunhado em 1999 pelo autor Seth Godin, a
ideia é mais antiga. “Marketing de permissão” é aquele direcionado apenas a
voluntários, ou seja, pessoas que se cadastraram para receber mensagens, mala
direta, promoções, folhetos e assim por diante. Nem todo marketing direto é
marketing de permissão, mas os conceitos são compatíveis. Imagine que o site da
sua empresa tenha um formulário, no qual o cliente pode se cadastrar para
receber mais informações via e-mail. Você obteve a permissão, e pode fazer
marketing direto.
O marketing de permissão pode ser um grande aliado para
refinar o seu público-alvo porque, em vez de selecionar seu público-alvo com
base em conceitos mais abstratos como fatores demográficos (sexo, idade,
bairro, etc.), ele será definido pelo critério “pessoas que querem realmente
saber mais”. Você pode incluir no seu mailing também todo mundo que já fez uma
compra na sua loja ou site, investindo na fidelização de clientes. Para manter
a comunicação frequente com eles, vale apostar em ferramentas como o Mailchimp,
Hubspot ou RD Station, que permitem fazer esses filtros e direcionar melhor sua
mensagem. Já para gerir bem esse relacionamento, vale apostar em ferramentas de
CRM como o Salesforce, a Agendor ou o Zoho.
O marketing de permissão está inerentemente associado à
produção de conteúdo relevante para o seu público. Chamamos isso de Inbound Marketing,
e você pode aprender tudo sobre ele no nosso e-book gratuito Inbound Marketing
– O Guia Definitivo.
As táticas do marketing — direto ou não — devem ser sempre
renovadas. O que nunca se altera é o tratamento do cliente como indivíduo.
E na sua empresa, como é o marketing direto?
Fonte: https://endeavor.org.br/