Por: Daniel Castello
Quem forma a Cultura são as pessoas!
Todo empreendedor sabe que reter pessoas valiosas é
essencial para a formação da cultura da sua empresa. Mas o que torna as pessoas
valiosas?
Um dos maiores desafios do Empreendedor, em qualquer fase do
ciclo de vida da organização, é o de captar e reter pessoas valiosas para o seu
negócio.
PreviewEsta frase óbvia encapsula duas ótimas perguntas
essenciais, já não tão óbvias:
1. O que torna uma pessoa valiosa para o meu negócio?
2. O que pessoas valiosas desejam em contrapartida pelo seu
trabalho?
O valor de uma pessoa para a empresa no curto prazo é muito
claro. O empreendedor precisa que algo seja feito e não sabe ou não tem tempo
para fazer. Então ele contrata alguém que o faça. E paga alguma quantidade de
dinheiro por isto.
Já o impacto de sua presença no longo prazo não é tão claro.
E o empreendedor devia estar muito preocupado com isto. Pois as pessoas que ele
trouxer para dentro da empresa, principalmente no início, vão, junto com ele,
formar a Cultura Organizacional de sua empresa. E a Cultura, uma vez
estabelecida, é muito difícil de mudar.
A Cultura é composta, essencialmente, do que comunicamos, em
todas as suas formas, e o significadoque as pessoas derivam disto. Desde a
escolha do local físico, do mobiliário, da forma como o espaço está dividido,
do nome, da grafia, das cores, do jeito como falamos, das palavras que
escolhemos ao tom de voz que usamos em cada situação... Tudo que fazemos,
falamos e escolhemos comunica a forma como vemos o mundo, como nos posicionamos
dentro dele e com que tipo de pessoas queremos nos relacionar. E como esperamos
que as pessoas respondam a isto.
E esta composição é MAIS importante do que a econômica na
atração e na retenção de talentos no longo prazo. Esta composição na prática
determina quão produtiva e inovadora uma empresa tende a ser.
Desenvolver conscientemente a Cultura de uma empresa não é
fácil. Tem a ver com a consistência como geramos e atendemos às expectativas
criadas. Com os exemplos que criamos. Com as decisões que tomamos. Com as
histórias que contamos. E, principalmente, com as pessoas que contratamos e as
que mandamos embora.
Pouco a pouco as pessoas passam a compreender, espelhar e
multiplicar o que valorizamos até que se torna uma segunda natureza da
organização ser daquele jeito. E a Cultura então se estabiliza.
Escolhendo as pessoas certas, o movimento é natural. Nos
movemos na direção desejada com prazer e fluidez. A empresa vai ganhando forma
e senso de identidade e ganhando valor emocional para as pessoas que trabalham
nela.
Escolhendo as pessoas erradas, algo de estranho acontece. O
ambiente se tensiona. As coisas não rolam com naturalidade. Conflitos
improdutivos acontecem. Perde-se amálgama e transparência. É como ter um bug no
sistema!
E este é um momento crítico na vida de uma organização. Como
o empreendedor reage à presença de um bug demonstra quais são, de verdade, seus
valores e seu propósito. Se ele o deixa sobreviver por qualquer motivo que
seja, a Cultura começa a se desfazer, a se transmutar em outra coisa, muitas
vezes altamente indesejada. E quando as pessoas valiosas começam a perceber
isto, elas colocam em dúvida seu valor e se elas estão no lugar certo. E a
desagregação pode levá-las a irem embora.
O momento que o empreendedor entende que a Cultura
Organizacional pode ser gerenciada é um momento de grande maturidade, a partir
do qual novas e potentes opções estratégicas se abrem. Não é particularmente
fácil...
Fonte: http://www.endeavor.org.br/
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