E nessa crise, você quer ser piloto ou passageiro?
O cenário atual no Brasil é de crise. Crise econômica já que
o PIB não cresce, a inflação sobe e o Real se desvaloriza. Crise política pois
ministros foram presos, dezenas de políticos acusados e gestores de empresas
públicas devolveram centenas de milhões de dólares que assumiram terem
desviado. Crise institucional, afinal brasileiros de diferentes orientações
políticas e classes estão indo as ruas para protestar. E você como empresário,
executivo e empreendedor deve fazer o quê?
Ficar reverberando a crise não adianta nada. Confesso que
ela gera uma sensação de identidade, à medida que você conversa com sua equipe,
clientes e amigos e todos sentem a mesma coisa. Mas de prático, para sua
carreira e sua empresa, há outra alternativa mais eficiente: entender o que as
crises representam e como você não pode deixar essa passar sem se beneficiar da
mesma. Não é à toa que, no ideograma chinês, crise envolve perigo e
oportunidade conjuntamente representados. Ou, como diria um filósofo do
cotidiano, “enquanto uns choram, outros vendem lenço”.
Essa não é a primeira nem a última crise pelo qual
passaremos. A crise dos anos 80, da Russia e da Ásia nos anos 90, o boom das
pontocom em 2000 ou o crash das hipotecas subprime de 2008 deixaram alguns
aprendizados que você não pode descartar.
2. Crises causam alterações nas posições de liderança: Se
você é um desafiante, vai logo saber que desbancar uma grande empresa da
liderança requer inovações. As crises trazem transformações nas prioridades dos
consumidores, no uso de tecnologias e nas forças das empresas líderes o que
ocasiona alterações entre os líderes.
3. Crises evidenciam ineficiências escondidas: Os períodos
de bonança são momentos naturais de busca de novas oportunidades e de maior
leniência com aquilo que já poderia ter sido corrigido. Crises tornam evidentes
as suas deficiências e a de seus concorrentes.
4. Crises favorecem decisões impopulares: Tive a
oportunidade de participar de um evento com Jack Welch no qual ele destacou que
“somos gestores para tomar as decisões necessárias e não para receber
aplausos”. Vivemos um ambiente no qual todos querem ser bem vistos o que nem
sempre gera as melhores decisões. Crises são momentos propícios para que as
decisões sejam tomadas independente de sua popularidade.
5. Crises abrem espaço para aquisições não convencionais: Em
ciclos de crescimento, todos são compradores, o que dificulta fusões e
aquisições. Os momentos de crise são oportunidades para desenhar articulações
inovadoras com players antes desconsiderados. Verdade que, se não estiver
consolidado, poderá ser você o alvo potencial!
6. Crises são o momento de semear seu futuro: Seu desempenho
pós crise depende de como você entrou no período de crise e daquilo que fez
durante. Semear oportunidades de inovação futura em momentos de crise fará com
que você reforce suas perspectivas e saia da crise ainda mais forte.
Não deixe se contaminar pelas manchetes de jornal. Analise
pontualmente sua situação. Identifique suas forças e debilidades. Perceba as
oportunidades e plante suas grandes apostas. Como disse o filósofo americano
Ralph Waldo Emerson, “tempos ruins têm um valor científico. Essas são situações
que um bom aprendiz não irá deixar passar”. Não deixe passar essa oportunidade.
Saiba qual o impacto potencial no seu negócio. Veja se não é o momento de
atacar o líder ou fazer boas aquisições. Não tenha medo das decisões
impopulares. Cuide das suas ineficiências e plante o futuro.
Nunca se sabe
quando uma nova crise virá para oportunizar bons movimentos estratégicos. Até a
próxima inovação!
Leia mais em Endeavor @
https://endeavor.org.br/razoes-comandar-crise/
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