Por Ana Ester Rossetto
Se, por um lado, questões ambientais representam uma ameaça
para empresas tradicionais, por outro podem ser enxergadas como catapultas para
novas ideias.
Um estudo doPNUMA divulgado este mês entitulado Global
Chemicals Outlook destaca o prejuízo econômico que os químicos perigosos vêm
causando em todo o mundo. Vale um destaque especial paraos VOCs - compostos
orgânicos voláteis - responsáveis porperdas econômicas globais estimadas em USD
236,3 bilhões dólares, presentes na maioria dos produtos que temos dentro de
casa, de tintas de parede, pisos de PVC a roupas e travesseiros, considerada
uma das principais causas de asma em crianças, segundo EPA (Agencia de Proteção
Ambiental Americana).
Nos EUA, agrotóxicos mal administrados resultaram em USD $
1,4 bilhão em perda de colheitas, e US $ 2,2 bilhões em perdas de aves. O
Brasil é o campeão mundial de consumo de agrotóxicos desde 2008 segundo a
ANVISA, quando foram despejadas no solo 673 mil toneladas. Segundo pesquisa
recente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), todas as 62 amostras de
mães que doaram leite materno ao posto de saúde da Cidade Lucas do Rio Verde,
segunda maior produtoras de soja do mundo, apresentaram algum tipo de veneno,
sem exceção - até mesmo um derivado do DDT, banido no Brasil em 1985.
O Brasil estabeleceu umaComissão Nacional de Segurança
Química em 2000 para melhorar a coordenação entre as agências do governo em
relação ao controle e fiscalização do uso de químicos no país. Outro aspecto
importante sobre o uso de composto químicos perigosos é o aumento do risco de
acidentes de trabalho e os pesados encargos financeiros, por exemplo, os custos
incorridos do uso de amianto e drywall contaminado que somam mais de US$ 125
bilhões em todo o mundo - a questão da
toxidade do amianto e seu banimento em todo o mundo foi capa recente da revista
Carta Capital – o Brasil é o terceiro maior produtor de amianto no mundo.
Se, por um lado essas questões estão representando ameaça a
muitas empresas tradicionais, novos empreendedores aproveitam essa tendência
como catapulta. Com o slogan “limpando os produtos de limpeza”, a empresa
Method Home de San Francisco, CA inova produtos de limpeza garantindo serem
100% saudáveis para a saúde humana e meio ambiente, facilitam a limpeza
doméstica, são cheirosos e com design moderno! Fundada por dois jovens amigos
empreendedores em 2000, Method Home é atualmente a sétima empresa que mais cresce
nos EUA (Inc. 500) e foi eleita entre as 50 mais inovadoras do mundo pela
revista Fast Company. Os produtos da empresa já ganharam prêmios internacionais
e foram os primeiros da categoria a receber o selo Cradle to Cradle®
considerados um dos mais rígidos do mundo em relação a não toxidade da
composição química de produtos e embalagens.
Em seu site, a Method divulga abertamente os ingredientes químicos que
compõem seus produtos, ajudando seus clientes a entenderem a qualidade
ambiental de cada um. Em 2006, a empresa conseguiu que suas embalagens usassem
100% de plástico reciclado, e agora sua última inovação foi utilizar plástico
recuperado dos oceanos para utilizá-los em suas embalagens.
A Method é apenas uma das centenas de novas empresas que
estão liderando a nova economia 4P’s – Purpose, People, Planet, Profit, e pelas
palavras de seu fundador Adam Lowry, a Method decidiu tirar proveito da
sustentabilidade para criar produtos que são bons e não apenas “menos ruins”.
Fonte: http://www.endeavor.org.br/
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