“Quer vender
o seu produto? Conte uma boa história.” Esta mesma recomendação foi dada em
três apresentações diferentes durante a NRF Retail’s Big Show, o maior encontro
mundial do varejo, realizado em Nova York. Story telling foi um dos temas mais comentados
do evento - da Coca-Cola à IBM, especialistas em marketing desfilaram as
vantagens de investir em uma narrativa que emocione e envolva os clientes.
O princípio
é simples. Para conquistar consumidores, não basta citar números ou explicar
porque o seu produto é melhor do que os outros. É preciso mexer com os
sentimentos das pessoas. E a melhor maneira de fazer isso é contando histórias.
Um dos
melhores exemplos de story telling é o caso da Warby Parker, loja online de
óculos fundada em 2010 pelos sócios Neil Blumenthal e David Gilboa. A empresa
foi criada com dois preceitos básicos: oferecer armações de qualidade por
preços mais baixos que os da concorrência e, ao mesmo tempo, ajudar pessoas
carentes. “Descobrimos que 1 bilhão de pessoas no mundo precisavam de óculos de
grau, mas não tinham como pagar. Decidimos fazer algo de bom pelo mundo”, disse
Blumenthal à revista Inc. Na abertura da loja, estipularam a seguinte regra:
para cada óculos comprado por um cliente, um seria doado para uma pessoa
carente.
O resultado
foi surpreendente. Depois de ser tema de reportagem na Vogue e na GQ, a empresa
vendeu todo o seu estoque em duas semanas e ainda ficou com 20 mil clientes na
lista de espera. De lá para cá, a Warby Parker cresceu 500%, recebeu aportes de
cinco fundos diferentes e distribuiu mais de 250 mil óculos de grau para
comunidades carentes. No site da companhia, é possível encontrar vídeos e fotos
de pessoas que receberam os produtos: não há como não se emocionar com as
histórias apresentadas pela marca.
E é justamente
aí que está o segredo. Estima-se que pelo menos 50% dos clientes da WP sejam
atraídos pela propaganda boca a boca. Quem compra na loja pela primeira vez
fica tão encantado com as histórias contadas no site que se empenha em divulgar
a loja para amigos, parentes, nas redes sociais. “Eles sentem orgulho em
comprar aqui e querem que os outros sintam o mesmo”, diz Blumenthal.
O caso da
Warby Parker é exemplar porque mostra que, para vender um produto, não basta
contar uma boa história. É preciso vivê-la. Quer dizer, não é o caso de
inventar uma história qualquer associada à sua marca e espalhar por aí. É
preciso que esta reflita os valores da empresa, a visão dos empreendedores, o
objetivo do negócio. Então, é hora de parar o que você está fazendo, tirar
alguns momentos (ou dias) para refletir, conversar com os sócios, clientes,
parceiros e finalmente decidir: qual a história que você vai contar?
Fonte: papodeempreendedor.com.br
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