quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para quem não gosta de óculos: lentes de contato com funções do Google Glass.



Se já existe muita discussão em torno do Google Glass e o fato de que o dispositivo pode ser indiscreto em determinados ambientes, eis que uma pesquisa científica promete ir um pouco mais longe.

Um grupo liderado pelo engenheiro químico Jang-Ung Park, do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia de Ulsan, na Coreia do Sul, conseguiu criar uma lente de contato que traz um diodo que emite luz – e que poderia trabalhar de forma bem semelhante aos óculos da Google. Para inseri-lo, os cientistas contaram com a colaboração de alguns pesquisadores da Samsung.

Tudo foi feito com base em um material desenvolvido pelos próprios cientistas e que traz um alto grau de condutividade. Essa matéria-prima é composta por uma mistura, uma espécie de sanduíche de nanofios de prata com grafeno.

As lentes de contato já foram utilizadas em alguns testes com coelhos que, segundo os pesquisadores, apresentam olhos com tamanho similar aos humanos. Segundo os estudos, os resultados foram positivos, pois os animais usaram as lentes por mais de cinco horas e não mostraram irritação na vista ou sequer coçaram os olhos durante o período. Os “sistemas eletrônicos” das lentes também continuaram funcionando normalmente enquanto os coelhos utilizavam as lentes.

Apesar dos testes se mostrarem bem promissores, o trabalho ainda está engatinhando e dando os seus primeiros passos. Ainda que o díodo inserido possa ser considerado como a presença de uma futura tela nas lentes de contato, ele representa somente um pixel, ou seja, muito trabalho nesse sentido ainda precisa ser desenvolvido.

Contudo, Jang-Ung Park, em conjunto com Sung-Woo Nam, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, já descobriu que esse sanduíche utilizando camadas de grafeno e nanofios de prata pode ser mesmo o caminho ideal nesses estudos.

Segundo o engenheiro químico, o material se mostrou flexível, pode ser esticado e transmite 94 por cento da luz visível. Além disso, ele também tem uma resistência elétrica muito menor se comparado aos padrões atuais da indústria: 33 ohms, contra os 50 ohms por quadrado utilizados atualmente.

Além dos recursos do Google Glass, a principal meta dos desenvolvedores é conseguir desenvolver sistemas de monitoramento da saúde com base nas lentes de contato. Uma das ideias seria utilizar biossensores nos displays que fossem capazes de analisar o tecido lacrimal dos olhos e identificar doenças, por exemplo. Problemas de visão, como a compensação de luzes, por exemplo, também podem, no futuro, ser combatidos por meio dessas “lentes inteligentes”.

Se o projeto do Google Glass já é algo que nos impressiona e, apesar da enorme capacidade de inovação da Google, nos deixa até com dúvidas sobre o funcionamento efetivo do equipamento, a notícia acima prova que a tecnologia não perde tempo e nem a ousadia e nunca vai parar de nos surpreender e de correr atrás daquilo que parece impossível.

É difícil de se acostumar com a ideia de um óculos que suas lentes funcionam como uma tela para os nossos olhos e que, através delas, vemos o mundo de uma maneira completamente diferente, de uma maneira muito mais "virtual" ou "conectada", digamos assim. Agora, lentes de contato com esse mesmo poder, só em filmes de espionagem não é mesmo? Bom, o jeito é esperar para ver. Então, que os cientistas saibam que esperamos ansiosos e com bastante otimismo.*

* Análise crítica acrescentada pela DLL Informática.
Fonte: tecmundo.com.br

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